Neonatos em um Novo Estudo Piloto da Terapia de Alta Velocidade da Vapotherm Apresentaram Resultados Semelhantes ao do CPAP Para Bronquiolite de Moderada a Grave

A Terapia de Alta Velocidade da Vapotherm foi clinicamente comprovada como alternativa sem máscara e sem vedação ao CPAP, tanto como suporte respiratório primário para SDR quanto como suporte pós extubação. [1] [2] Um estudo piloto recente também pode sugerir agora que a Terapia de Alta Velocidade poderia ser uma alternativa ao CPAP para o tratamento de neonatos com bronquiolite crítica. [3]

Cesar e colegas randomizaram 63 neonatos (idade média de 2,7 meses) para um braço de alto fluxo (n=35, apoiado exclusivamente na Terapia de Alta Velocidade Vapotherm) ou um braço de CPAP (n=28) e compararam os dois grupos em relação a insucesso do tratamento. [3] O insucesso do tratamento foi definido como escalamento para intubação ou suporte de pressão positiva em dois níveis (VNIPP). Os autores explicaram que seu objetivo era inscrever crianças pequenas gravemente enfermas (com idade até 9 meses), que teriam uma maior probabilidade de atender aos critérios de falha no tratamento. Nesses pacientes estudados, os dois braços indicaram resultados similares para ambos, insucesso do tratamento e duração de estadia na UTIP, como indicado na Tabela 1.

Tabela 1: Resultados da terapia de alta velocidade Vapotherm versus CPAP

Os autores observaram diversas limitações no estudo, incluindo que não é possível extrair conclusões definitivas com um tamanho de amostra tão pequeno. Além disso, não havia um componente de cruzamento. Os pacientes que apresentaram insucesso em uma terapia não puderam ser transferidos para a outra. Dessa forma, não fica claro se a Terapia de Alta Velocidade poderia ter recuperado os pacientes que não foram bem sucedidos com o CPAP e vice-versa. Os autores também observaram que o hospital onde o estudo foi realizado tinha maior familiaridade com o CPAP do que com a Terapia de Alta Velocidade e escreveram que “é impossível estimar se o momento da falha no grupo HFNC poderia ter sido influenciado pela experiência ou pelo conforto do médico com essa modalidade de tratamento.”

Esclarecimento da terminologia

Cabe ressaltar que os autores nessa instituição chamam a Cânula Nasal de Alto Fluxo (HFNC) de Terapia de Alta Velocidade Vapotherm. As duas terapias são, frequentemente, confundidas nos estudos, mas, o mais importante, é que elas não apresentam os mesmos resultados nos estudos e não têm as mesmas indicações no FDA. O FDA classifica os produtos de oxigênio de alto fluxo como umidificadores respiratórios. A Terapia de Alta Velocidade Vapotherm é uma forma de VNI™ sem máscara que tem o objetivo de fornecer oxigênio e suporte ventilatório a pacientes com respiração espontânea em desconforto respiratório.

Considerando a rápida adoção da Insuflação Nasal de Alta Velocidade, assim como o alto fluxo convencional e a confusão entre os dispositivos nos estudos existentes, os clínicos precisam estar cientes de qual tecnologia exatamente está sendo usada e quais são os resultados que podem esperar delas.

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REFERÊNCIAS:
[1] Lavizarri A, Colnaghi M, Ciuffini F, Veneroni C, Musumeci S, Cortinovis I, Mosca F. “Heated, humidified high-flow nasal cannula vs nasal continuous positive airway pressure for respiratory distress syndrome of prematurity – a randomized clinical noninferiority trial.” JAMA Pediatr. 2016 Aug 8.
[2] Collins C, Holberton J, Barfield C, Davis P. “A randomized controlled trial to compare heated humidified high-flow nasal cannulae with nasal continuous positive airway pressure postextubation in premature infants.” J Pediatrics. 2013 May; 162: 949-54.
[3] Cesar, Regina Grigolli, Bibiane Ramos Pinheiro Bispo, Priscilla Helena Costa Alves Felix, Maria Carolina Caparica Modolo, Andreia Aparecida Freitas Souza, Nelson K. Horigoshi, Alexandre T. Rotta.High-Flow Nasal Cannula versus Continuous Positive Airway Pressure in Critical Bronchiolitis: A Randomized Controlled Pilot. J Pediatr Intensive Care. April 2020. DOI: 10.1055/s-0040-1709656