Evidência Não Apoia o Uso de Albuterol em Pacientes com Bronquiolite
Ainda que pediatras tenham frequentemente utilizado albuterol para controlar a bronquiolite em bebês e crianças, as Diretrizes de prática clínica para bronquiolite 2014, lançadas pela Academia Americana de Pediatria, firmemente recomendam contra o seu uso. O documento inclui orientação sobre diagnóstico e avaliação de fator de risco, mas afirma que uma vez feito o diagnóstico de bronquiolite, médicos não deverão administrar albuterol. Esta recomendação baseia-se em avaliações meta-analíticas e sistemáticas, que coletivamente demonstram que no que tange à duração da hospitalização, necessidade de hospitalização e recuperação da bronquiolite, não há evidência de que o albuterol seja eficaz, apesar de ocasionalmente oferecer melhorias temporárias em pontuações clínicas.1
Em uma entrevista após a divulgação das diretrizes, a autora primária, Dra. Shawn Ralston, falou sobre as recomendações a partir da perspectiva risco-benefício, e declarou que “bebês têm taquicardia significativa, irritabilidade, e todos os efeitos colaterais do albuterol, quando apenas uma pequena porcentagem pode beneficiar-se.”2
Estas recomendações marcam uma mudança das diretrizes de 2006, as quais afirmaram que broncodilatadores, como o albuterol, não devem ser utilizados de forma rotineira e quando utilizados, devem ser cuidadosamente monitorados e continuados apenas se houver benefício objetivamente mensurável para o paciente.3 Devido à utilização clínica de longa data do albuterol, as novas diretrizes têm causado muito debate sobre o controle da bronquiolite em pacientes, especialmente entre médicos de emergência para o tratamento da criança não diferenciada com chiadeira.4
Referências