Pacientes com COVID-19 na Terapia Vapotherm®

Com a disseminação da COVID-19 por todo o mundo, os prestadores de serviços de saúde da linha de frente precisam selecionar as ferramentas que lhes ofereçam, e aos seus pacientes, o suporte que necessitam. Para os médicos que estejam considerando usar a terapia Vapotherm em seus pacientes, eis aqui uma visão geral do espectro completo da utilidade dessa ferramenta, para permitir um processo de tomada de decisão melhor informado.

Uma alternativa confortável, sem máscara à ventilação por pressão positiva não invasiva (VNIPP)

A terapia Vapotherm é uma VNI sem máscara para pacientes com respiração espontânea e, portanto, uma alternativa viável à VNIPP (por exemplo, BiPAP®).1 Diferentemente das modalidades de suporte respiratório baseadas em pressão, ela fornece suporte de oxigenação e ventilação através da eliminação em alta velocidade do gás expiratório final do paciente.2 Esse mecanismo converte os espaços naso e orofaríngeo em um reservatório de gás idealmente condicionado2 e reduz o espaço morto e o trabalho respiratório.1,3,4 Além disso, como a terapia Vapotherm é um sistema aberto e não baseado em pressão, diminui o risco de eventos de barotrauma observados com a VNIPP. Essa é uma ferramenta que dá suporte a uma gama completa de desconfortos respiratórios observados em pacientes com respiração espontânea, sendo apropriada para pacientes de todas as idades.1,5,6,7

Adesão do paciente

Embora a terapia Vapotherm seja uma espécie de VNI, seu sistema e design abertos oferecem ao paciente diversos benefícios de tolerância e conforto tradicionalmente associados aos dispositivos com alto fluxo. A interface é uma cânula macia, de ajuste simples em sistema aberto, que permite aos pacientes comer, beber, tomar medicamentos e, confortavelmente, se comunicar com seus cuidadores. Essa interface fácil de tolerar exige uma supervisão mínima do paciente e é uma alternativa atraente às interfaces com máscara, que exigem tempo clínico para ajustar e adequar. A conjunção dessas características pode resultar em uma alta adesão do paciente à terapia e, potencialmente, economizar o tempo clínico com pacientes não complacentes. Além disso, a falta de uma vedação apertada por ser sistema aberto e não ter uma interface justa à pele do paciente, reduz o risco de lesões por pressão, em comparação com as modalidades de VNIPP.8

Mobilização da secreção através da umidificação ideal

A terapia Vapotherm fornece vapor de grau médico com nível ideal de umidade que pode ajudar a mobilizar as secreções presentes nas infeções respiratórias como a pneumonia. O sistema usa uma tecnologia de filtração por membrana, em oposição a um umidificador com um recipiente de água. Um tubo de alimentação de água quente revestido garante que a temperatura do gás permaneça energeticamente estável todo o percurso até o paciente. Esse design não somente reduz a necessidade de gestão da condensação, mas também fornece o gás umidificado até o paciente, onde poderá umedecer eficazmente as mucosas das vias aéreas, o que é importante para a manutenção da saúde mucociliar.9

Processo de desinfecção rápido e simplificação do fluxo de trabalho

A descontaminação rápida do equipamento é sempre crucial nos ambientes hospitalares, mas se torna ainda mais relevante quando os médicos estão lidando com um grande número de pacientes. A terapia Vapotherm usa no paciente um circuito descartável de uso individual. Após o paciente terminar o tratamento, o circuito é descartado e o equipamento pode ser desinfectado, ficando disponível para uso em menos de cinco minutos. Além disso, o circuito do paciente tem recursos integrados de administração de medicamentos em aerossol, oferecendo opções de tratamento aos médicos e reduzindo seu contato com as secreções dos pacientes.

Essa ferramenta única oferece uma sequência de cuidados. A terapia Vapotherm permite aos médicos tratar pacientes com respiração espontânea com desconforto respiratório agudo que, tradicionalmente, exigiria VNIPP, tanto no caso desses pacientes necessitarem do suporte de oxigenação como de ventilação.1 Ter uma ferramenta fácil de ser tolerada disponível para essa variedade de desconforto respiratório, reduz a necessidade de mudar para uma modalidade que provoque mudanças na condição do paciente.

Qual é o risco de haver transmissão nosocomial?

Como em todas as infecções virais, evitar a transmissão durante o tratamento é uma consideração importante. A situação está se desenvolvendo rapidamente e as organizações e instituições de saúde estão começando a divulgar orientações precoces para a prevenção nosocomial. Embora algumas orientações sugiram cautela no uso de dispositivos de alto fluxo e VNI, a favor da entubação10, outras orientações levam os médicos a reconsiderar os pacientes entubados, considerando os altos níveis de monitoramento e gestão do paciente exigidos durante a ventilação mecânica.11

Atualmente, não se conhece o risco da transmissão do vírus pela terapia Vaportherm. Uma das considerações que levam a crer que ela não aumente a transmissão é que o dispositivo opera a fluxos máximos de 40L/min. Para comparação, a tosse de um adulto normal alcança fluxos de 360-400 L/min.12 Para maior avaliação sobre o tópico, leia este documento.

Referências

1. Doshi, Pratik et al. High-Velocity Nasal Insufflation in the Treatment of Respiratory Failure: A Randomized Clinical Trial. Annals of Emergency Medicine, 2018. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29310868
2. Dysart K, Miller T, Wolfson M, Shaffer T. Research in high flow therapy: Mechanisms of action. Respiratory Medicine. 2009; 103: 1400-05.
3. Spivey S, Ashe T, Dennis R, Graham R, Melton B, Crot S, Ellis T, McCarl T, Miller J, Anderson S, Green T, Dunlap C, Kolnsberg M, Miller T. Assessment of high flow nasal cannula therapy use in the emergency department setting: observations of practice across four systems. Respiratory Therapy. 2015: 10(1); 30-4.
4. Atwood C, Miller T, McMillan N, Hartwig K, Camhi S, Schweikert H. Effect of high flow highly humidified air via nasal cannula on respiratory effort in patients with advanced COPD. 2011 Oct; 10(4).
5. Lavizarri A, Colnaghi M, Ciuffini F, Veneroni C, Musumeci S, Cortinovis I, Mosca F. “Heated, humidified high-flow nasal cannula vs nasal continuous positive airway pressure for respiratory distress syndrome of prematurity – a randomized clinical noninferiority trial.” JAMA Pediatr. 2016 Aug 8.
6. Kugelman A, Riskin A, Said W, Shoris I, Mor F, Bader D. A randomized pilot study comparing heated humidified high-flow nasal cannulae with NIPPV for RDS. Pediatric Pulmonology, 2014 Mar 12; 50(6) 576-83.
7. Collins C, Holberton J, Barfield C, Davis P. A randomized controlled trial to compare heated humidified high-flow nasal cannulae with nasal continuous positive airway pressure postextubation in premature infants. J Pediatrics. 2013 May; 162: 949-54.
8. Black J, Kalowes P. Medical Device-Related Pressure Ulcers. Chronic Wound Care Management and Research Volume 3; 29 August 2016 Volume 2016:3 Pages 91—99.
9. Williams R, Rankin N, Smith T, Galler D, Seakins P. “Relationship between the humidity and temperature of inspired gas and the function of the airway mucosa.” Critical Care Medicine. 1996 Nov;24(11):1920-9.
10. Cheung JC-H, Ho LT, Cheng JV, Cham EYK, Lam KN. Staff safety during emergency airway management for COVID-19 in Hong Kong. The Lancet Respiratory Medicine. 2020.
11. Farkas, Josh. “Covid-19.” The Internet Book of Critical Care. 2020, Mar 2. Last Accessed: March 5, 2020 https://emcrit.org/ibcc/COVID19/
12. Mellies, Uwq and Christof Goebel. “Optimum Insufflation Capacity and Peak Cough Flow in Neuromuscular Disorders.” Annals of the American Thoracic Society. Volume 11, Issue 10. 2014. https://doi.org/10.1513/AnnalsATS.201406-264OC